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Lighting Designers pelo País | Veja a entrevista com Cristina Maluf (RS)

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Lighting Designers pelo País | Veja a entrevista com Cristina Maluf (RS)

O Blog da DirectLight conversou nesta semana com uma das mais experientes e reconhecidas lighting designers do sul do País. Cristina Maluf, do escritório Cristina Maluf Arquitetura de Iluminação, de Porto Alegre (RS), atua há quase 30 anos no mercado e foi uma das fundadoras da AsBAI (Associação Brasileira de Arquitetos de Iluminação).

Cristina contou mais detalhes sobre a trajetória, analisou a evolução do mercado de iluminação e também deu dicas para os jovens profissionais da área. Boa leitura!

1 – Quando e como surgiu o escritório Cristina Maluf Arquitetura de Iluminação?

O nosso escritório Cristina Maluf Arquitetura de Iluminação foi fundado em 1992, quando, em desenvolvimento de alguns projetos, senti a importância da luz e seus efeitos luminosos e comecei a pesquisar como poderia valorizar os meus projetos através da luz.

Naquela época ainda não havia as lâmpadas halógenas, a não ser as que eram utilizadas na iluminação dos automóveis e nos primeiros projetos de iluminação. Para termos uma boa reprodução de cores nos ambientes comerciais, era preciso colocar uma composição de lâmpadas fluorescentes, que na época só havia com baixo índice de reprodução de cor com lâmpadas incandescentes do tipo Mini Spot. Desta forma, tanto para lojas quanto para alguns escritórios, fazíamos esta composição com mais incandescentes ou mais fluorescentes conforme as características dos projetos.

2 – Qual é o perfil do público atendido pelo escritório?

Os projetos que desenvolvemos são para grandes empresas, lojas, escolas e universidades, teatros, hotéis e resorts, parques e algumas residências. O perfil do público que atendemos é, em geral, empresários e arquitetos.

 

3 – O mercado do Rio Grande do Sul tem algumas particularidades em relação aos clientes de outros estados?

Sim, o mercado aqui é um pouco difícil e tudo acontece muito mais devagar que em outros estados como São Paulo e Rio de Janeiro.

4 – Ao longo dos anos, quais foram as principais mudanças que você observou no mercado de iluminação?

Conforme eu comentei, iniciamos os projetos de iluminação quando ainda nem existiam as lâmpadas halógenas e, para termos boa reprodução de cores em um ambiente onde precisássemos colocar lâmpadas fluorescentes como lojas e escritórios, era necessário colocar algumas luminárias com lâmpadas incandescentes para podermos resolver esta reprodução de cores.

Posteriormente, surgiram as lâmpadas halógenas nos seus diversos formatos, como dicroicas MR 16 e MR11, AR 111, AR 70, Par 20, Par 30 e par 38, o que revolucionou a iluminação e possibilitou efeitos incríveis. Paralelamente a esta produção das halógenas, surgiram as fluorescentes com boa reprodução de cores, IRC 80% e também as lâmpadas de vapor metálico com bulbo cerâmico, com fluxo bem maior do que as halógenas e algumas ainda com menor potência.

Assim os projetos comerciais de lojas puderam ser incrementados e os produtos expostos muito mais valorizados, considerando lâmpadas de menor potência como a CDM-R de 35W em relação às halógenas de 50W e as fluorescentes de 28W ou 25W em relação às fluorescentes de 40W, gerando uma considerável economia de energia, além de efeitos luminosos mais adequados.

Estas foram as principais mudanças até o início da produção dos equipamentos em LED. Hoje são produzidos muitos equipamentos em LED, alguns com origem de fabricante conhecidos e confiáveis e outros não tão confiáveis, todos dependendo da binagem dos LEDs. Desta forma, os projetos de iluminação ficaram mais complexos e é preciso testar bem os equipamentos que serão especificados no projeto para ver se os efeitos luminosos desejados serão obtidos em termos de aparência do espaço, intensidade luminosa, abertura de facho, temperatura de cor e controle antiofuscamento.

 

5 – Os projetos de iluminação estão cada vez mais integrados à arquitetura e vice-versa?

Sim, pois a luz pode valorizar os planos e formas do projeto de arquitetura, assim como pode modificá-los, tudo depende de como está projetada a iluminação, seja do ambiente interno como dos planos externos de fachada ou áreas de paisagismo.

Da mesma forma, os equipamentos devem estar integrados à arquitetura pois o que devem aparecer e serem valorizados são os ambientes e planos, e não os equipamentos. Estes devem estar inseridos no detalhamento da arquitetura. O que deve aparecer são os planos iluminados e não os equipamentos.

Este é o motivo porque criamos a AsBAI (Associação Brasileira dos Arquitetos de iluminação), porque entendemos que o profissional formado em arquitetura é o mais adequado para fazer os projetos de iluminação já que ele tem conhecimento da elaboração do espaço e planos que definem a forma arquitetônica. Mas, para projetar a iluminação, este profissional também deve ter estudo e conhecimento da luz como ciência, física e arte, matérias onde o estudo da luz é fundamental.

6 – Quais são as principais tendências que você observa nos projetos de iluminação?

Como o LED é uma fonte de luz eletrônica e minúscula, os equipamentos de iluminação tem se tornado muito pequenos e fornecem ao espaço uma aparência minimalista e possibilitam que a distribuição seja linear, sendo possível projetar linhas de luz que podem ser instaladas no forro, descer pelas paredes em menor intensidade para não causar ofuscamento e, inclusive, possam orientar acessos, se instalados piso, em áreas externas.

Esta iluminação linear também está sendo bastante utilizada para valorizar as formas das fachadas, principalmente as com painéis de vidro, onde não é possível haver projeção de luz. Os projetores de maior potência também já existem em forma linear e colocados ao longo das fachadas, em elementos integrados à arquitetura, torna possível iluminar os planos das fachadas sem criar “manchas de luz” como acontecia anteriormente, caso os projetores não fossem colocados com afastamento suficiente para não gerar estas manchas que causavam a deformação das fachadas.

Além dessas tendências, estudos aprofundados da luz revelam a sua importância na área da saúde, não só em relação à quantidade de luz natural e artificial que o ser humano necessita para regular o ciclo circadiano, mas também como a sua temperatura de cor que pode interferir na produção do hormônio melatonina que regula este ciclo de 24 horas.

 

7 – Qual o conselho que você daria a um jovem arquiteto que queira se especializar na área de iluminação?

Meu conselho é que procure cursos de formação em iluminação, tanto no Brasil quanto, se possível, no exterior e que procure aprofundar-se no assunto, pois a iluminação é um assunto muito mais complexo do que apenas a distribuição de pontos de luz em um ambiente para iluminá-lo.

Fonte: https://directlight.com.br

Por |2019-06-13T14:54:38-03:00junho 13th, 2019|

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