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O charme e a finalidade dos elementos vazados na arquitetura

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    Nesse apto, as áreas comuns da planta original foram totalmente modificadas e seus ambientes reconfigurados dentro de um layout que proveu um melhor aproveitamento e amplitude dos espaços. Nessa renovação empreendida pelo arquiteto Pietro Terlizzi, a integração de sala e varanda foi fundamental para esse remanejamento, com destaque para a meia parede em cobogó que segmenta a sala de estar e a cozinha: de um lado ela compõe com o sofá, enquanto do outro completa a marcenaria planejada | Projeto Pietro Terlizzzi Arquitetura | Foto: Guilherme Pucci

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    O charme e a finalidade dos elementos vazados na arquitetura

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    Neste living realizado pelo arquiteto Pietro Terlizzi, o muxarabi camufla as folhas da porta de vidro instaladas entre o living e a varanda do apartamento | Projeto Pietro Terlizzzi Arquitetura | Foto: Guilherme Pucci

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    Neste apartamento assinado pelo arquiteto Pietro Terlizzi, parte da integração dos ambientes aconteceu através do rack. Com a TV apoiada no móvel, o que seria um painel simples ganhou o contorno de três folhas com o treliçado do muxarabi e que podem ser movimentados conforme o gosto do morador. A presença do elemento entregou a discrição necessária para o interior da suíte master | Projeto Pietro Terlizzzi Arquitetura | Foto: Guilherme Pucci

O charme e a finalidade dos elementos vazados na arquitetura

O arquiteto Pietro Terlizzi explica que muxarabis e cobogós são duas das peças mais adotadas quando o intuito é separar (mas não completamente) dois ou mais ambientes. Ao mesmo tempo, ambos permitem a passagem de luminosidade e iluminação e, enquanto um foi trazido desde os primeiros anos da colonização portuguesa, o outro é uma criação legitimamente brasileira

Muxarabis e cobogós não apenas adornam, como transformam ambientes por meio do design e a harmonia obtida por meio da iluminação e ventilação. Nesse apartamento projetado pelo arquiteto Pietro Terlizzi, a visão completa da sala de jantar na varanda é discretamente preservada pelo muxarabi de madeira | Projeto Pietro Terlizzzi Arquitetura | Foto: Guilherme Pucci

 

A arquitetura de interiores, antes voltada para a concepção de ambientes majoritariamente compartimentados por paredes, segue mudando seus conceitos e atualmente fortalece, cada vez mais, a ideia da execução de espaços mais abertos e amplos, principalmente na área social. Ainda assim, elementos vazados, que entram nos projetos com o intuito de dividir, mas sem separar completamente, não são, por assim dizer, ‘novidades’ nos projetos.

De origem árabe, o treliçado de madeira conhecido como Muraxabi chegou ao Brasil em idos de 1500, com a chegada dos colonizadores portugueses, e o Cobogó, do alto dos seus 95 anos de uma criação legitimamente brasileira, já marcavam presença quando o intuito era o de prover privacidade e a almejada combinação de luz e clima arejado. “Acredito que a presença de ambos foi fortalecida tanto por conta estética, como pela funcionalidade que entregam na leitura moderna dos projetos”, analisa o arquiteto Pietro Terlizzi, responsável por seu escritório homônimo. Com seus diferentes designs, entram em cena como soluções inteligentes para compor divisórias, portas, janelas e, até mesmo, mobiliários. Conheça mais detalhes sobre os dois e ideias de aplicações realizadas pelo profissional:

Neste apartamento assinado pelo arquiteto Pietro Terlizzi, parte da integração dos ambientes aconteceu através do rack. Com a TV apoiada no móvel, o que seria um painel simples ganhou o contorno de três folhas com o treliçado do muxarabi e que podem ser movimentados conforme o gosto do morador. A presença do elemento entregou a discrição necessária para o interior da suíte master | Projeto Pietro Terlizzzi Arquitetura | Foto: Guilherme Pucci

 

Muxarabis

Surgido no século XIV dentro da arquitetura árabe em países do Oriente Médio e Ásia, o Muxarabi segue com suas premissas originais. Primordialmente de madeira, sua forma é resultado dos desenhos geométricos obtidos por ripas de madeira sobrepostas e esse aspecto mais ornamentado e orgânico entrega um visual impotente, sofisticado e aconchegante.

Neste living realizado pelo arquiteto Pietro Terlizzi, o muxarabi camufla as folhas da porta de vidro instaladas entre o living e a varanda do apartamento | Projeto Pietro Terlizzzi Arquitetura | Foto: Guilherme Pucci

 

Cobogós

Quase centenários, seguem mais jovens do que nunca: os Cobogós refletem a brasilidade de três profissionais que desenvolveram a peça e que ganhou as construções em formas cerâmicas, concreto, porcelana e vidro, entre outros materiais. Resistentes, de fácil manutenção e viés contemporâneo, os elementos contribuem para a ventilação e iluminação, como podem ser considerados também em áreas externas. “Grandes nomes imortais como Lucio Costa e Oscar Niemeyer incorporaram essa referência em prédios emblemáticos para a arquitetura brasileira”, destaca Pietro.

Nesse apto, as áreas comuns da planta original foram totalmente modificadas e seus ambientes reconfigurados dentro de um layout que proveu um melhor aproveitamento e amplitude dos espaços. Nessa renovação empreendida pelo arquiteto Pietro Terlizzi, a integração de sala e varanda foi fundamental para esse remanejamento, com destaque para a meia parede em cobogó que segmenta a sala de estar e a cozinha: de um lado ela compõe com o sofá, enquanto do outro completa a marcenaria planejada | Projeto Pietro Terlizzzi Arquitetura | Foto: Guilherme Pucci

 

Sobre Pietro Terlizzi 

Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo, Pietro Terlizzi atua na área de arquitetura desde 1999, tendo passado por diferentes escritórios nos mais diversos segmentos (desde paisagismo até engenharia estrutural), absorvendo experiências e amadurecendo até abrir o seu próprio escritório, o Pietro Terlizzi Arquitetura. Com trabalhos nas áreas residências, comerciais e corporativas, o escritório se compromete com todos os detalhes do projeto, desde a criação do conceito até a escolha dos objetos e móveis. Para Pietro, a preocupação com a atividade e o impacto que o espaço projetado poderá causar, tais como a relação entre as escalas, a luz, a temperatura, as texturas e as cores, bem como a diversidade de percepção e experiência que cada um terá dentro dele, são os fatores que impulsionam cada nova criação.

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Por |2024-01-11T19:08:02-03:00janeiro 11th, 2024|

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